terça-feira, 23 de julho de 2013

A viuvez Cristã protestante

Estou me preparando para este post faz tempo, mas achei oportuna a  visita do chefe de estado do Vaticano em nosso país para lançar esse comentário.
Tenho visto que alguns tem postado grosserias em relação ao Sr . Francisco, e acho de uma deselegância tão grande quanto a falta de argumentos dos mesmos nas postagens. Sou um protestante, que não defendo nenhum tipo de ecumenismo, muito menos, um relacionamento aberto do ponto de vista teológico com o cristianismo católico, sou convicto do prisma teológico que defendo, mas tenho que parabenizar esse senhor denominado Francisco. Uma elegância nada exuberante, simples,  detentor de uma forma humilde, digna de pecarmos em inveja, que deve ser observada por nossos intocáveis líderes/coronéis.
Estamos falando de um senhor, que tem dado um baile de exemplo e liderança sócio-política, e que vai arrastar multidões não de uma igreja que cresce como a Evangélica, mas de uma igreja que a cada pesquisa divulgada, perde um número astronômico de adeptos.
Precisamos aprender!
Jogar em um time que ganha e cresce, é mole, quero ver erguer um time em crise. Ao contrário de nossa situação, a igreja Romana, é muito mau vista por seus adeptos, batem na tecla institucional o tempo todo, em seus dogmas, preceitos, mas passam por uma transição fantástica: Encontraram um exemplo de líder!
Que tal pegarmos essa mensagem e levarmos para dentro de nossos "palácios prósperos-milagrosos"?
Precisamos de bons líderes!
Precisamos de exemplos!
A máquina evangélica corre a passos largos com poucos exemplos, nos enganamos com práticas redundantes, e escondemos nossos líderes, e até usamos versículos bíblicos dizendo que maldito é o homem que confia no homem, sempre usamos a desculpa que nosso exemplo é Cristo.
Precisamos de mais hermenêutica!
Onde estamos com nossa doutrina se não imitamos a Paulo, que dizia; "sejam meus imitadores como sou de Cristo"?
Precisamos de mais Paulos!
Sentimos a necessidade de exemplos, e preferimos falar mesmo que mau, do líder romano, do que discutir com os nossos.
Precisamos ser tocados.
Me fez lembrar de uma historinha lá no cap.8 do Evangelho de João sobre uma mulher pega em flagra pecando. Lembra como a multidão a arrastou até a presença de Jesus, e perguntaram:
"- O que fazemos com ela? Foi pega em adultério. Moisés diz que devemos apedrejá-la, mas os romanos não nos permitem. O que lhe parece?
Jesus simplesmente os ignorou e começou a escrever na areia . Depois olhou pra cima e disse:
- Bem, aquele aqui que não cometeu nenhum pecado que atire a primeira pedra.
Um a um, todos foram saindo. Então Jesus disse a mulher:
- Não há ninguém para condená-la?..."
E nós vamos condenar a quem? Falar mau de quem?
Não somos nem mosaicos, e nem romanos, somos cristãos,  portanto, não devemos nem condenar, e nem proibir nada.
Precisamos de reflexão!
Da mesma forma que o mestre nos ensinou.
A verdade é que somos uma nação viúva de Spurgeon, Lutero, Calvino, Paulo... e que somos vistos na terra como viúvas e nada mais, igual aquela...lembra? Que é lembrada no templo na hora de dar tudo no gasofilácio.
Precisamos de ser mais humanos e menos instituições!
É um desabafo, mas cheio do Espírito.
d.C nunca mais o mesmo...

sábado, 1 de junho de 2013

Seja um desamparado!


Seja um desamparado!
 

Tenho lido muito nos últimos tempos, e tenho achado soluções e mais soluções nas cadeias teológicas e psicológicas no que diz respeito a desamparo ou solidão. Autores dando soluções infalíveis como se só os confortados e bem sucedidos, que são cristãos verdadeiros, e mais, afirmando que um cristão não pode se sentir desamparado e ser mau sucedido. Será?
Não sou um monstro na teologia,  muito menos na psicologia, sou acadêmico na área de exatas, e talvez por isso não tenha a visão desses autores, mas cada dia mais tenho exibido minha intrepidez no ramo da oração e relacionamento com Deus, e me sinto feliz em dizer que não encontrei a solução e nem o sucesso absoluto, e mais, fico feliz em saber que sou um desamparado. Você, leitor deve estar se perguntando que loucura? Porque felicidade no desamparo? Simples, entendo que só quem está desamparado pode realmente clamar, e o melhor, orar buscando relacionamento com Deus o agradando..
E não só eu acho tal fato, o teólogo norueguês (monstro acadêmico teológico) Olé

Hallesby considerava a palavra desamparo a que melhor resumia a atitude do coração humano aceita por Deus no ato de oração.
A certeza do desamparo humano, é a maior ponte em um Deus que deseja relacionar-se com o homem, que por sinal, convencido está da dependência do amparo de Deus.
Não sou um “expert” em oração, mas isso me convence da autoridade de escrever sobre o assunto, entendo que só quem busca pode falar de algo e se tratando de oração, creio que nunca estarei nem próximo da perfeição, pois se estiver deixarei o básico da pesquisa de campo, e relacionamento sem experimento é vazio.
Alguns personagens na Bíblia tinham também essa idéia, que deve ser difundida de forma mais eficaz, senão parecemos alienados em meio a teologia que é divulgada hoje. Me parece quando leio livros principalmente de autores como Max Lucado, Mike Murdock, enfim muitos outros, eles se esquecem que falam para pessoas “comuns” que não possuem o mesmo tipo de ministério que eles, se alienam em um mundo produzido na fábrica de pregadores e escritores bem sucedidos, e entendem que escrevem só para eles, e acabam produzindo poesias na maioria das vezes utópicas e que não condizem com a realidade do público que as lêem. Público esse que possui sim o mesmo valor para Deus que eles, que não são extra-terrestres “gospel”, mas precisam de uma literatura a altura de suas realidades e nescessidades. Não estou criticando, e nem dizendo que tais literaturas não são boas, mas são exclusivas para pessoas que querem sucesso, prazer, desfrute, enquanto existem muitos que estão em busca do verdadeiro relacionamento com Deus. Um relacionamento que a Bíblia não estabelece apenas como sucesso, ou melhor, que apenas os bens sucedidos são importantes para Deus. É fácil falar de Davi, Abrahão, Isaac, Jacob, Paulo, mas nos esquecemos que pregamos para Enoque’s, Micaías, Abel’s, José’s de Arimatéia, Eunucos, Cirineus, enfim pessoas sem grande exposição midiática, mas que querem um verdadeiro relacionamento com Deus. E aí? Não há solução para pobres mortais?
Claro que sim! Ao contrário do que divulgam, os que mais agradam a Deus na história bíblica são os anônimos. Enoque é o maior exemplo disso, agradou tanto. que Deus o tomou para Si, e não vejo na Palavra nenhuma mega Igreja, nenhum grande sermão, apesar de amar a Jd 1.14 principalmente quando se refere a justificação mediante um julgamento do Senhor, nada de extraordinário aos olhos dos homens Enoque praticava, mas havia sim algo de fantástico com Deus. Ele andava com Deus.
Me prendo as palavras do Evangelho de João quando diz: “Senhor , eis que está enfermo aquele que tu amas” João 11.3, ele se referia a Lázaro, quem? Lázaro? Profeta? Pastor de uma grande denominação? Pregador de multidões? Grande escritor? Não! Pasmem, ele era “apenas” amigo de Deus, e João escreve com muito carinho não se referindo a Lázaro como um grande líder, um justo, um sujeito famoso, não. Quando a  notícia a Jesus é relatada, diz:  “aquele que Tu amas”, o teu amigo. Veja bem, não por cargo ou por suas estatísticas ministeriais Deus ressuscita Lázaro, não, o fato é que ele agradava e era amigo de Deus.
O que mais intrigava não a Lázaro, mas o que estavam a volta era, porque o amigo estava enfermo, qualquer um poderia estar enfermo, menos aquele que mais agradava, repare bem que o estreito de relacionamento é tão grande que até João, considerado o apóstolo do amor, e favorecido pelo relacionamento com Cristo, se refere a Lázaro em seu Evangelho sem retirar nenhuma palavra do diálogo como “aquele que Tu amas...”
Definitivamente, não precisamos de status, confio numa frase ouvida da boca de Brennan Manning , que chegaremos ao céu e ouviremos: “ O quanto você me amou?”
Quanto você me quis? Quanto se declarou desamparado e dependente de mim?
O que nos move não é o estrelato, nossa estrela é Cristo! O que nos faz melhores, não são nossas qualidades e sim nossa dependência de Deus, o tanto que declaramos quanto precisamos d’Ele. Não seremos medidos, e sim agraciados segundo nosso relacionamento.
E claro não poderia deixar de dizer: Lázaro fez o que em toda essa história?
Nada! Morreu! Se entregou! Dependeu! E sem nenhuma palavra saída de sua boca contribuiu para talvez depois de Cristo, a maior transformação entre morte  e vida das escrituras.
Precisamos de dependermos mais.
Nossa maior contribuição para o Médico, são nossas enfermidades!
É um desabafo, mas cheio do Espírito...
d.C nunca mais o mesmo.

sábado, 11 de maio de 2013

A cruz.


A cruz.

Talvez fale nesse artigo o assunto que mais me intriga, a Cruz. Tenho nos últimos tempos feito inúmeras tentativas de transmitir o efeito desse objeto na vida do seres humanos, mas confesso não estar satisfeito com minhas transmissões nos cultos, e esse fato me fez escrever. Quem sabe com palavras consigo falar algo desse objeto tão ignorado nos dias de hoje, a Cruz.
Sinceramente nunca foi meu desejo intelectualizar a cruz, creio que esse não é o objetivo do Cristianismo, aliás, tenho dificuldade de sentir qualquer tipo de emoção em tudo que intelectualizo, dessa forma chego a belíssima conclusão que a morte de cruz de nosso Senhor não é nem intelectualizada e nem compreensível, é experimental.
Por isso encontramos em Mateus 10.38 uma pérola saída da boca de Cristo dizendo: “e quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim.”
As palavras pregadas por nós nos dias de hoje só ganham sentido se expressarmos o amor de Cristo crucificado, um amor que se revelou na própria carne, que naquele momento não tinha nada de redentor, pelo contrário esquecemos que Cristo enquanto homem sentia naquela hora dor, e muita dor, e não precisamos saber de psicologia para entender que dor não transmite nenhuma vontade de continuar, ao contrário, dor é a expressão máxima que nos leva a desistência. Mas Ele não desistiu.
Não existe nada mais degradante que a cruz na história Cristã, e o que mais me irrita é essa tentativa de justificar esse momento com os resultados e esquecer do fato. Não podemos reduzir o sofrimento ali sentido. Não podemos levar esse episódio para uma capa protetora, levando esse fato apenas para nossa mente. A cruz é dor.
A cruz tem que ser sentida no corpo todo. Na alma, no espírito e principalmente na carne. Quem ignora a cruz, ignora por completo o Cristianismo. Digo que é em vão que nos vangloriemos do triunfo da ressurreição sem antes trazer a realidade da crucificação e morte de Cristo em nós.
Quando justificamos a nossa salvação como preço na cruz, estamos tolerando um processo intolerável, e incompreensível, a cruz não tem explicação.
Temos que amar um Deus incompreensível, intocável em reputação e irresistível em seu Amor, porque Ele como homem morreu por nós, loucura, não foi por Ele, repito, foi por nós.
Ficamos tentando justificar e entender o amor de Deus por nós e cometemos loucuras  de tentar entender sua agonia e morte como homem, vejam bem, como homem. Não estamos falando de qualquer pessoa, estamos falando de um Deus chamado Emmanuel (Deus conosco), no meio de nós.
Talvez você não entenda a cruz pela transmissão e conotação que ela ganhou dos artistas plásticos idólatras, aquele homem seminu, tranqüilo e familiar pendurado num crucifixo na casa de vovó. As vezes até admiramos essa obras. Agostinho escrevia que quanto mais se fabricavam imagens de crucifixos, mais mineral e menos carnal se tornava o sacrifício de Cristo. A cruz não é mineral e nem normal.
Estamos esquecendo que de fato Cristo foi esculpido, mas por mãos de soldados romanos, sem nenhuma delicadeza e arte, os cravos foram martelados. A cruz é arte viva.
Nem precisaram de tinta. A cruz é sangue.
 Nem precisaram de artista expressionista. A cruz é arte, um show.
Apenas um tecido pintado havia em Sua cintura, com certeza o Sinédrio que acompanhava em peso com a multidão não permitiria indecência, nessa hora. O que ninguém pinta, nem esculpi, são as febres, os espasmos, as dores atrozes, a sede produzida pela febre, o enxame de moscas que envolviam o corpo atraídas pelo sangue, isso ninguém conseguiu reproduzir até hoje. A cruz é irreproduzível.
Depois de tudo, a morte. Era tradição que após da morte eram divididas as peças de roupas entre os soldados, sempre quatro soldados conforme  tradição, geralmente dividiam em quatro partes,sendo, manto, turbante, cinturão e sandálias. Mas com Jesus era diferente, João revela que a túnica era parte principal das vestes, e não tinha costura alguma, feita de um só tecido. Provavelmente confeccionada por Maria, ou um presente. Nenhum soldado queria renunciar ao direito da túnica, mas, se dividissem iriam destruí-la, portanto chegaram a esse acordo: “Não a rasguemos, mas lancemos sorte sobre ela, para ver de quem será.” Jo 19.24.
E assim se cumpriu o Salmo 22.18: “Repartem entre si minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica.” A cruz é sorte. A cruz é ação social.
Na parte de cima da cruz, escrevia-se uma placa com o nome do pecado que levara aquele condenado a morte de cruz. O próprio Pilatos, como juiz supremo ditou a inscrição a ser posta na cruz de Jesus conforme Jo 19.19 “Jesus Nazareno, Reis dos Judeus” A cruz é nomeação.
O Sinédrio tentou revogar o título de Rei, sentindo eles humilhados com tal frase, e enviaram a Pilatos que alterasse conforme Jo.19.21 “Não escrevas, Rei dos Judeus, mas que ele disse: Sou Rei dos judeus.” Mas Pilatos respondeu com desprezo: “O que escrevi, escrevi.” Jo 19.22. A cruz é irrevogável.
Não bastasse, havia dois salteadores sediciosos ao lado de Cristo, em outras duas cruzes, cada um com a sua. Um o acusou zombando, e rapidamente outro respondeu :
 “ Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos os que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez”   Lc 23.40-41. A cruz é defesa.
Logo após o mesmo salteador suplica a Cristo: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino” Lc 23.42. A cruz é oração.
E Jesus aos pés da morte, venceu primeiro a morte do próximo: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” A cruz é perdão. A cruz é herança.
Não é possível o ser humano conciliar essa terrível angústia com a bem-aventurança que reinava na alma de Jesus, o ser humano só entende a vida por recompensas, o bom recebe o bem, e o ruim recebe o mau.
Definitivamente: A cruz é loucura para os doutores, mas é doutorado para os loucos!
Prefiro ser louco pela cruz.
...é um desabafo, mas cheio do Espírito.
...d.C. nunca mais o mesmo.


domingo, 5 de maio de 2013

Diga não ao capitalismo eclesiástico!



Diga não ao capitalismo eclesiástico!

O que buscamos nessa vida? Satisfação pessoal, financeira, desejos, carreiras, sucesso? O mar de buscas que o mundo nos oferece é tentador e prazeroso. Os que preocupam com o humanismo estão na visão econômica com seus dias contados, e o que mais nos deixa em alerta, é que podemos estar nesse vértice econômico sem perceber.
Mas como?
Fazendo parte da massa esmagadora, que é consumidora e consumida pelos próprios valores e produtos que inventa.
 Estou cada dia mais sentindo a necessidade de estreitar os laços com seres humanos, e me distanciar do capitalismo empregado em nossa sociedade. Quanto mais o tempo passa, mais as pessoas buscam por algo inalcançável, o sucesso pleno e absoluto!
Somos insaciáveis e quanto mais buscamos o sucesso que o capitalismo nos oferece, mais distante estamos do sucesso que Deus nos oferece. Que triste! Detalhe, o sucesso oferecido por Deus é alcançável, eterno e real. Então porque não concentramos nele?
Estamos em uma fase econômica e eclesiástica de extrema delicadeza. Fomos invadidos pelo capitalismo de massa, e estamos aplicando a metanóia não pelas sagradas escrituras e sim por uma onda secular liberal devastadora. Nomes de Smith, Berger, Bauman, Marx, Hegel, Maquiavel, estão aumentando seu espaço nas cabeceiras de líderes teológicos e invadido púlpitos com grande poder nas últimas três décadas.
A falta de intenção se tornou a base dos discursos e a alienação cultural pública, facilitaram para que essas doutrinas invadissem os altares. A fase educacional em nosso país é péssima, apesar de maquiada pelas autoridades e principalmente pelo governo federal. Não possuímos uma educação de base coerente com os impostos pagos, e o que observamos, é um povo alienado educacionalmente que tem uma necessidade de ser compensado de alguma forma, e porque não o crédito?
A autoridade imposta pelo poder de receber, comprar, ganhar, altera o estado de felicidade do ser humano, e o deixa em condições psicológicas enfraquecidas, sendo assim, um grupo feliz e facilmente manipulado pela aquisição momentânea.
Não se assustem se ao invés de ouvirem Aleluia, Glória a Deus, Graças Senhor nos cultos, daqui um tempo ouvirmos Glória as Casas Bahia, Graças ao Ricardo Eletro, Viva à minha casa minha vida da Caixa.
O que o povo esquece, é que tudo isso passa! Confiram:
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão". Mt 24.35.
A geladeira acaba, a TV é ultrapassada tecnologicamente em questão de segundos, e sua casa nova ficará aqui quando você deitar a sepultura. Não sou contra as aquisições, pelo contrário, sou a favor da comodidade e do sucesso, apenas sou defensor do ser humano em primeiro lugar e não dos produtos.
 Estamos próximos de aceitar que a consideração com o próximo não é algo comum, Adam Smith, o pai do liberalismo econômico, crê que o melhor motor para fomento do bem coletivo é o individualismo, e nos compara as abelhas, que trabalham individualmente, e obtém sucesso comum da colméia dessa forma, e fiquem alerta, porque já estamos ouvindo sermões “apicultivos” em nossos púlpitos, inclusive com o mesmo comparativo.
Somos servos de Deus ou economistas? Tratamos em altares de relacionamento com Deus e com o ser humano, ou mercado de capitais? Somos teólogos ou bancários? Apesar de algum de nós, inclusive eu, trabalharmos no ramo econômico, não podemos levar literalmente esses conceitos para os altares, definitivamente eles não são aplicáveis nas igrejas, não podemos comercializar o templo!
Vamos aprender com Cristo, que mantinha seu relacionamento com o Pai, em um contínuo foco nas coisas de Deus, levando-o a um lugar onde o desejo mais profundo é que tudo e todos se encontrem unidos sob Deus. Esse desejo é refletido na “oração sacerdotal” de Jesus no cenáculo:"para que todos sejam um, Pai, como estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados a plena unidade, para que o mundo saiba que tu me envisate, e os amaste igualmente me amaste” Jo.17.21-23.
para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um:

eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.
João 17:21-23
Essa é a ordem de relacionamento na terra dada por Cristo, entre Criador e criatura, não entre criatura e produtos. Não podemos pensar como Jesus, se tivermos uma ótica capitalista e individual, precisamos nos separar dos fetiches e ilusões que o consumismo nos impõe.
Cada dia mais, precisamos reconhecer que não necessitamos desses produtos, e que Deus criou para nós um mundo repleto de beleza, brilho, vivacidade, e intensidade independente do comercial.
Tal reconhecimento é elemento essencial para habitar no reino de Deus.
É um desabafo, mas cheio do Espírito.
...d.C. nunca mais o mesmo.


domingo, 28 de abril de 2013

Sobram decepcionados, faltam surpresos.

 
Me impressiono a cada dia que passa cada vez mais com o evangelho, tenho recebido a graça de Deus em porções grandiosas, mas tenho me preocupado com aqueles que não conseguem contemplar tal maravilha.
Em breves ou longas conversas com amigos, companheiros de salas, alunos, tenho chegado cada vez mais a uma conclusão. O problema eclesiástico nacional não está no que ganha e sim no que perde. Desde que se instalaram novas formas e estratégias de pregar o evangelho em nosso país, temos nos tornado refém de uma massa que cresce absurdamente em nosso território, e pasmem, não são os crentes, são os ex-crentes. É notório que as igrejas Neo-Pentecostais, com sua teologia da prosperidade tem crescido de forma grandiosa em nosso planeta, e sinceramente não tenho a pretensão de dizer que estão erradas, mas tenho ficado em alerta com alguns fenômenos ocorridos. Invade a igreja uma expressão empresarial chamada de "turnover", que nada mais é que a rotatividade, entre os admitidos e os demitidos, nesse caso os que entram e os que se desviam. Notamos que as igrejas tem lotação máxima alcançada nos cultos, estratégias logísticas tem invadido os púlpitos, mas também notamos que não são os mesmos que frequentam as igrejas, e sim observamos que há uma grande rotatividade nesses locais. Mas porque? O que mudou?
Percebo por conversas que a decepção é a causa máxima desse fenômeno, estão criando a maior nação frustrada de todos os tempos, um evangelho baseado na troca, sem base bíblica, sem um pingo de caráter prestado por seus líderes, e o caos se instalando no mundo protestante, devendo a generalização que é feita por aqueles que estão de fora. O que mais se vê, são promessas baseadas na prosperidade, na renúncia da pobreza, na recepção da riqueza, na aquisição de bens, e detalhe, em um tempo pré-determinado por aquele que pede, trazendo jargões como "benção tem nome e tempo marcado", mas que evangelho irresponsável é esse?  Percebo que estamos virando refém da população sofredora, e temos a obrigação de resolver tudo em tempo marcado, e na intenção de manter essa pessoa dentro da igreja, prometemos que Deus trará  solução pra ela, colocando a Deus numa roubada (desculpe a expressão, mas é o melhor que achei para tal) que criamos pura e simplesmente por não pregarmos a verdade.
O mais vergonhoso é que vejo a maioria das pessoas usando bíblia para quando a situação não é resolvida e colocando a culpa no tempo de Deus, estilo:
  "Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu" Ec 3.1
É tempo de parar e observar, mais interessante é que o próprio Jesus não falava dessa forma, Ele não prometia trocas interessadas, pelo contrário, falou sobre sofrer, ser perseguido, calúnias, dores, fardos, impostos, e mais, defendia como seu discípulo e servo quem passar pelas mesmas coisas, e aí, vai? Precisamos de parar de prometer o que não podemos cumprir, pessoas cada dia mais, saem das igrejas sem sucesso, revoltadas pelas promessas não alcançadas, e olha o mais engraçado, não foram elas que pediram, mas foi alguém que lhes prometeu. Pasmem, somos reféns de algo inventado por nós .
Voltemos ao evangelho da Graça! Vamos ser mais responsivos ao pregar, somos sim responsáveis, mas precisamos ser mais responsivos(oferecer respostas) e não "prometedores", precisamos de assumir responsabilidade não só no que praticamos, mas na atitude que vai gerar uma palavra saída de nossa boca. Temos o maior arsenal ideólogico em nossas mãos, e estamos atirando em nosso próprio exército!
Ouvi algo ontem que me marcou: "Não vou a igreja para buscar a salvação, mas vou para agradecer e adorar um Deus que já me deu a salvação"  
É um desabafo...mas cheio do Espírito.
d.C. nunca mais o mesmo.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Cardioterapia agraciada.




Eu amo amar!Parece um pleonasmo redundante, mas é verdade, o amor é infinitamente melhor que nossas idéias.
Tenho observado nos últimos tempos e principalmente no último mês, que algumas palavras estão voltando com freqüência aos nossos púlpitos. Em tempo de politicagem ao extremo e PL’s a serem discutidas, consigo enxergar uma luz no fim do túnel, aliás, confesso que no último mês tenho me rendido e ficado muito feliz em começar a entender o que é um avivamento. Amor e graça têm aparecido novamente no vocabulário dos Cristãos, e podemos sentir o gostinho mesmo que pequeno de como Jesus incomodava com essas palavras e sentimentos, afinal, Ele incomodava e ainda incomoda com seu jeito mirabolante de cativar, coisa que não entendemos e nem nunca entenderemos, talvez, sigamos.
Olha que choque:
 ...”Saindo Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: ‘Siga-me”. Mateus levantou-se e o seguiu. Mt 9:9.
Paaaaaaaaaaaaaaraaaaaaaaaa! Como pode? Que facilidade é essa?
Pasmem, isso é o básico! Que básico? Analisem comigo, vivemos em um povo que sofre, fato, e achamos que as igrejas lotam pelo nosso poder, pregação, visão, estruturas, eventos, porque somos completamente lindos, cheirosos e “enternados”(vejam bem não internados e sim, “enternados” “de terno”, inventei agora, que me perdoe os letrados, mas achei interessante esse termo tão pentecostal).
Somos uns trouxas reforpentetradicarentes (faltou alguém?)! A Igreja só enche porque esse povo sofre, e não há ninguém para dividir o sofrimento com eles, o povo não quer mais receber, estamos chegando a conclusão que o povo quer mudar. Receber é muito bonito e bem pentecostal, porém o evangelho da graça e do amor é baseado em dar.
E Jesus numa estratégia mirabolante se oferece! Isso é Cristianismo, só podemos oferecer algo que temos, e o que temos oferecido é passageiro(até o final do culto ou campanha), mas Cristo nos ensinou de outra forma, Ele disse: Vem, siga-me!
E se Ele é infinito, o seguir a Cristo é Eterno!
Pela física, aprendi que tudo que ganho, aumenta minha massa, mas que tudo que divido, diminui a minha massa, ei! Achei! Lembra aquela frase que você adora dizer: “Porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve” Mt 11:30, se somos “pequenos cristos” porque não imitamos a idéia, e tornarmos o fardo do nosso próximo mais leve?
Com tanto amor e graça pregados, podemos mudar os slogans das campanhas, ao invés de “campanha dos cestos cheios”, porque não compartilharmos o pão? Porque não vemos nomes como: “Venha dividir seu fardo comigo”? ou “Pesado? Tenho um braço para lhe estender!”.
Talvez: Vem,siga-me! Eu sigo a Cristo!
Vamos pregar o amor e graça, e o básico se fará!
É um desabafo...mas cheio do Espírito.
d.C nunca mais o mesmo.

sábado, 20 de abril de 2013

Visão! Que tal?

 
Se escrevêssemos sobre a vontade de Deus sobre nós, será que apenas alguns inseridos  em uma visão específica, podem ser considerados bons aos olhos do Pai? Melhor, será que só uma forma de visão determina a vontade de um Deus por várias vezes citado na Bíblia com especificações multiformes? Será que a Graça e Magnitude estão sendo manufaturadas em visões?
Por isso eu amo os dicionários, eles esclarecem minhas dúvidas, vamos ao Almeida, que por sinal é meu parente, brincadeirinha.
Visão: 1) Alguma coisa vista em sonho ou em transe e usada por Deus para comunicar uma mensagem a alguém (Is1.1; Am1;1).  2) Forma de MAGIA pela qual se procura conhecer o futuro e obter conhecimentos ocultos (Lm 2.14; Ez13.6).
Observando a primeira referência citada Is.1.1, e tive uma aula de Isaías essa semana com o cantor Leonardo Gonçalves em sua pregação, observo que tanto o autor do dicionário, quanto a bíblia especificam que é uma comunicação entre Deus e o homem, específicos para sua época e povo, tem endereço, tempo a ser cumprido, e o melhor, o resultado Deus já conhece. Não é uma aposta, é uma conclusão de um Deus onisciente sobre as coisas vindouras, não há dúvidas sobre sua veracidade e cumprimento, é um fato a acontecer. Em Am 1.1 a cíclica perfeita e linda da bíblia se repete, e Amós recebe uma visão profética sobre o povo de Israel. Então, de onde vem as visões tão comentadas nos dias de hoje, e quem foi que disse que elas são originais, se nas “visões” originais não há apenas estratégia para aumento de rebanho, e sim, uma preocupação monstruosa para Israel não se perca?
Quando vejo alguns pregaram sobre ganho de almas, invade meu coração uma “inveja santa” sobre a forma que Deus comunica com esses homens e mulheres, e mais, como que esses corações pulsam tanto almas, almas, almas, se o meu só bate e nunca falou comigo. Não estou dizendo em nenhum momento que não quero ganhar almas, pelo contrário, quero e quero muito, mas não reconheço isso como requisito de salvação.As igrejas contemporâneas passam por um advento que é de assustar, que é o advento das metas! Sou bancário além de escritor, professor e pastor, e meta é uma palavra que cria repulsa em meu racional tão grande, que até para escrever esse texto tenho que me controlar pra não perder toda a matéria nessa hora. Será que fomos invadidos pelo profissionalismo empreendedor que só poderemos chegar ao céu com a meta batida? E se for, onde Deus colocou essa meta na bíblia?
Estão confundindo estratégias de marketing profissional de homens com a bíblia. Se referindo a tais como verdades infalíveis, perfeitas, e condicionais para continuar em ministérios, a frente de igrejas, pregando em púlpitos como se alguém mandasse nesse negócio aqui na terra e Deus ficasse só assistindo lá do Céu como um mero espectador, que se enjoar de um programa, pega o controle remoto e muda de canal, deixando aquele canal para trás e o problema para quem estiver assistindo.
Ei senhores! Estão redondamente enganados com Deus, Ele ainda e sempre continua mandando! A única verdade infalível que nos foi apresentada até hoje se chama Bíblia Sagrada! E a única verdade infalível em forma humana que um dia habitou entre nós se chama por Jesus Cristo. Portanto, erramos sim, somos falhos sim, vacilamos e muito, e precisamos sim ganhar almas, mas só podemos ser julgados mediante o livro sagrado e em comparação a vida de Cristo, e detalhe, pelo Pai. Não acredito que verei um Deus com um tablete em mãos no dia do julgamento, me perguntando quantas almas ganhei, e conferindo o seu gráfico “excel celestial”. Pastor e a árvore que não der frutos? Ensina hermenêutica para ela.  Se Jesus curou a vários, ensinou, consolou, repreendeu, expulsou demônios e ganhou apenas uma alma, veja bem, uma alma, porque eu tenho que ser julgado mediante as obras apenas pelo número de almas que ganho? E os que consolam os desesperados? Ou só há desesperados fora da igreja? Os que curam? Ou só há doentes fora da igreja? E os que ensinam? Ah é os senhores já sabem tudo!
E se é para seguir a “visão” original de Cristo, porque não se preocupam mais com suas ovelhas perdidas? Afinal, a matemática financeira permite ganhos mesmos com prejuízos, desde que sejam menores que os lucros, ou seja, perdeu um, mas se ganhou dois, está bom o que importa é que cresceu, isso, como diria meu amigo e eterno professor de hermenêutica Pr. Roberto é coisa séria, muito séria!
E os testemunhos então.....vou parar por aqui senão estarei fazendo farisaísmo, mas um desabafo cheio do Espírito é válido.
d.C nunca mais o mesmo.......